Os militares estão acampados na 5ª Cia do 6º BPM, no bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza
Uma fonte da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), que preferiu não se identificar, informou ao Jangadeiro Online, na manhã desta terça-feira (3), que o Governo do Estado não vai dar anistia aos policiais e bombeiros militares paralisados desde a noite da última quinta-feira (29).
Na prática, isso significa que os militares serão responsabilizados por todos os atos que cometeram e que sejam considerados ilegais. “Eles vão responder por todas as infrações, desde as mais leves até as mais graves. Tudo de acordo com o Código Penal Militar [que relaciona e classifica os crimes militares e que dispõe sobre a aplicação das penas correspondentes aos crimes por eles cometidos]”, disse.
Retomada dos bens públicos
A mesma fonte informou também que as forças policiais vão começar, ainda nesta terça-feira (3), a retomada dos bens públicos, como viaturas e prédios. Policiais e bombeiros militares de Fortaleza e de várias cidades do interior paralisaram as atividades para reivindicar, dentre outras coisas, aumento salarial de 80% até 2015 e anistia aos militares que participam do movimento.
“Só saímos mortos”
Na noite desta segunda-feira (2), a desembargadora Sérgia Miranda, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), determinou que os policiais e bombeiros militares paralisados retomem as atividades imediatamente sob pena de multa. A categoria, no entanto, afirmou que não vai sair da 6ª Companhia do 5º Batalhão, onde mais de 1 mil homens estão acampados com suas famílias.
“Só sairemos daqui mortos ou com a vitória”, disse o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros do Ceará, Flávio Sabino. Por enquanto que o impasse entre Governo e militares não é resolvido, a população de Fortaleza denuncia a insegurança pelas ruas. Na noite desta segunda-feira (2), vários assaltos e arrastões foram registrados na Capital cearense.