A Polícia acredita que, além de usar as carteiras de motorista nas fraudes, o suspeito revendia os documentos
Mais de cem cédulas em branco e falsificadas de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) foram apreendidas, no fim da manhã de ontem, em uma operação realizada por inspetores da Delegacia da Defraudações e Falsificações (DDF), da Polícia Civil cearense, em um apartamento situado na Praia do Icaraí, Município de Caucaia. O material estava em poder do paulista Adauto Maciel da Silva, 56, que acabou preso em flagrante.
O delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, titular da DDF, explicou que Adauto levava uma ´vida paralela´ e usava vários documentos falsificados. "Ele utilizava o computador para confeccionar as CNHs, comprovantes de endereço e de renda. Em seguida, solicitava o Cadastro de Pessoa Física (CPF) usando os documentos falsificados. De posse dos papeis, abria contas bancárias, requisitava cartões e passava a aplicar golpes no comércio local", revelou.
Conforme Linhares, depois de "estourar" um ´personagem´, gastando os limites dos cartões e utilizando talões de cheques, o suspeito passava a usar um novo nome e voltava à rotina de fraudes. Além das CNHs falsificadas, os policiais encontraram na casa do suspeito, na Rua Cauby Damasceno, dezenas de cartões de crédito e débito, três notebooks, uma máquina plastificadora e comprovantes de endereço, em branco.
A investigação que resultou na prisão de Adauto vinha sendo realizada há cerca de 15 dias. Na manhã de ontem, os inspetores Paulo Florentino, Carlos Dário e Robério abordaram o veículo guiado por Adauto, próximo a casa dele.
O suspeito apresentou uma carteira de identidade ´fria´, em nome de Adalto Marcel da Silva. "Ele mudou apenas detalhes na RG, trocou a letra ´U´ por ´L´ no nome Adauto e mudou Maciel por Marcel", disse Linhares. Os policiais deram voz de prisão ao golpista e, ao revistarem a residência, encontraram o restante do material.
Arquivos
Ao examinar os notebooks apreendidos, o delegado encontrou dezenas de arquivos que eram utilizados para a falsificação dos documentos. Até a assinatura da chefe da Coordenadoria de Identificação da Perícia Forense estava entre o conteúdo armazenado em um dos notebooks do paulista.
O suspeito foi autuado em flagrante pelos crimes de estelionato, falsificação de documento público e particular, uso de documentação falso e falsidade ideológica. O titular da DDF alertou para a fragilidade dos papeis. "É uma luta constante contra esse tipo de delito. A tecnologia à disposição dos fraudadores facilita a confecção desses documentos. Seguiremos no combate às fraudes, mas é necessário que mecanismos de segurança sejam implantados para dificultar tais ações".
PROTAGONISTA
Ficha suja
Adauto Maciel da Silva, 56O paulista vive em Fortaleza há dez anos. Ele confessou ao titular da DDF, que comprou os arquivos pela Internet. Segundo a Polícia, Adauto já foi condenado por crimes de falsificação de documento público e formação de quadrilha