O Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpoci) anunciou, na tarde desta sexta-feira (25), a existência de um possível corte de salário de aproximadamente 200 servidores. A categoria está em greve há 40 dias e em campanha salarial.
De acordo com umdos diretores do Sinpoci, Hernani Leal, uma lista com os nomes de todos os policiais que aderiram à greve era repassada à Delegacia-Geral da Polícia Civil diariamente. "Todos os dias os delegados plantonistas de todas as delegacias tinham que mandar uma lista com os nomes de policiais que estavam em greve", diz. De acordo ainda com ele, "normalmente é enviada apenas uma folha das delegacias com a frequencia ao final de cada mês".
Hernano afirma que, mesmo em greve, parte dos policiais está trabalhando. Ele aponta ainda que, caso a suspeita de corte de salário seja confirmada, a categoria deve tomar decisões mais duras em relação à greve.
"Temos uma assembleia dia 1º e, se realmente isso for caracterizado, a categoria deve tomar medidas mais radicais de não comparecer à delegacia", diz. "Os professores passaram 60 dias em greve e não tiveram o salário cortado. A greve deles foi considerada ilegal. Estamos há 40 dias e não é uma greve ilegal", completa.
O procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira, disse ao Diário do Nordeste Online que "os responsáveis pelas delegacias informaram à Secretaria de Segurança do Estado (SSPDS) quem não estava trabalhando". De acordo ainda com ele, a SSPDS notificou a Procuradoria Geral do Estado (PGE) e a Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag).
Fernando não confirmou se realmente houve descontos, mas defendeu a possível atitude do Governo do Estado e justificou. "Se houve desconto de contra-cheque eu não sei, mas independente da greve ser considerada ilegal ou não, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que quem realiza greve deve ter seus dias de falta descontados, pois o poder público não deve subsidiar a greve", disse