No início da semana, o dossiê chegou à mesa do conselheiro Edilberto Pontes, relator do processo, e logo seguiu para o Ministério Público de Contas (MPC), que decidiu pedir a inclusão de outros nomes na lista de pessoas responsabilizadas pela irregularidade: o secretário da Associação e os membros do conselho fiscal, que se juntarão a servidores da Secretaria das Cidades (que liberaram o dinheiro para as obras), e de outros membros da Associação.
Até a próxima terça-feira, o documento deve voltar às mãos de Edilberto Pontes, que dará início à coleta de depoimentos dos envolvidos e, só depois, emitirá um parecer que será votado no plenário do TCE.
O caso dos banheiros de Pindoretama foi o primeiro a emergir e acabou trazendo à tona indícios de desvio de verba pública em outras dezenas de municípios cearenses. Lá, a presidente da Associação, Renata Guerra, recebeu R$ 400 mil da Secretaria das Cidades para construir 200 kits sanitários, que não foram erguidos. Ela era funcionária do Cerimonial do TCE, mas foi exonerada após o início das denúncias.
O relatório sobre o caso ainda é mantido sob sigilo. Entretanto, O POVO apurou que o texto não atribui responsabilidades ao presidente afastado do Tribunal, Teodorico Menezes – cujo nome foi envolvido no escândalo após a constatação de que várias associações suspeitas eram presididas por seus familiares e funcionários. As mesmas pessoas também são identificadas como doadoras de campanha do filho de Teodorico, deputado estadual Téo Menezes (PSDB).
Além do caso de Pindoretama, o TCE apura outros 102 convênios entre associações e Governo do Estado.