O interrogatório durou mais de duas horas. Ele foi ouvido pela titular da Delegacia Municipal de Pindoretama, Ana Cristina Lima. Uma frase em especial chamou a atenção da delegada. Segundo ela, o acusado disse que tudo não passou “de uma brincadeira”.
A delegada informou que, durante o depoimento, o acusado admitiu parte dos crimes, mas negou outros. “Ele entra em contradição algumas vezes”, relatou ela, que descartou a possibilidade de o homem sofrer de algum transtorno psicológico. “É completamente lúcido, sabe o que fez”.
Francisco de Assis foi preso na tarde da última terça-feira na rodoviária de Juazeiro do Norte, para onde fugiu. Em Pindoretama, onde morava, Francisco é acusado de estuprar crianças (meninos e meninas), de 5 a 10 anos.
Mandado
O acusado está detido por meio do mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Ricardo de Araújo, da Comarca de Pindoretama. Antes de ouvir o suposto pedófilo, a delegada Ana Cristina disse que o número de crianças possivelmente vítimas de Francisco de Assis já tinha aumentado de 14 para 17 com o aparecimento de novas denúncias.
A delegada Ana Cristina contou que começou a investigar o caso a partir do último dia 10, após receber denúncia da mãe de uma das crianças supostamente molestadas. “Fatos novos podem surgir no caso”, disse Ana. A delegada reafirmou que, tanto em Pindoretama como em Juazeiro, foram encontrados com o acusado calcinhas e cuecas de crianças. As peças deverão ser examinadas pela Perícia Forense.
Francisco de Assis deverá ser submetido a exame de sanidade mental no Instituto Médico Legal (IML). Ele morou por mais de um ano em Juazeiro do Norte, antes de ir para Pindoretama. Segundo a Polícia, Francisco de Assis teria saído de Juazeiro após praticar crime idêntico ao que cometera em Pindoretama, onde vivia em um barraco. Ele atraía as crianças até sua casa para molestá-las.
Depois de prestar depoimento, o acusado foi levado para a carceragem da Delegacia de Capturas e Polinter, no Centro, em Fortaleza.
SAIBA MAIS
Informações de “arrepiar”
De acordo coma titular da Delegacia Municipal de Pindoretama, Ana Cristina Lima, a maioria das denúncias que ela recebeu na unidade sobre Francisco de Assis Alves era “de arrepiar”. “Os depoimentos dos familiares das crianças e das próprias vítimas foram chocantes. Eles disseram coisas cabeludas e consistentes”, afirmou a delegada.
Segundo ela, a Polícia está investigando ainda a possibilidade de o acusado ter praticado o mesmo crime em outras cidades, principalmente em Juazeiro do Norte.
Laudos
“Estamos aguardando o resultado dos laudos já feitos em crianças supostamente vítimas e a realização de outros laudos, para, em seguida, comprovar a materialidade do crime”.
Respeitado
Segundo a delegada Ana Cristina, Francisco de Assis era considerado pela população de Pindoretama uma “pessoa trabalhadora e muito respeitada”. Ele frequentava uma igreja evangélica.
Ele ficou cerca de 15 dias foragido. Francisco foi visto pela última vez no dia 8 de agosto, em uma igreja evangélica.