sábado, 6 de agosto de 2011

CAMILO SANTANA PÕE CULPA NA ASSESORIA JURIDICA

Camilo alegou que não é advogado para avaliar cumprimento de lei (FOTO DEIVYSON TEIXEIRA
) 
Chefe do órgão estadual envolvido no chamado escândalo dos banheiros, o secretário das Cidades, Camilo Santana (PT), se eximiu ontem de qualquer responsabilidade sobre a realização de convênios irregulares ou prorrogações de prazos. Nomeado em janeiro pelo governador Cid Gomes (PSB), Camilo chegou a assinar, já em fevereiro, o segundo aditivo do convênio entre a pasta pela qual responde e a Associação Cultural de Pindoretama, um dos municípios em que os banheiros deveriam ter sido construídos mas não foram encontrados pela reportagem do O POVO.

Ouvido ontem pelos promotores Luiz Alcântara e Marcelo Pires e pelo procurador Benon Linhares, Camilo teria justificado a assinatura do aditivo afirmando ter recebido pareceres dos setores técnicos e jurídicos da Secretaria das Cidades atestando que o convênio em Pindoretama estava regular. Mas, de acordo com a Procap, não havia regularidade na prestação de contas da primeira parcela de recursos liberados.
Neste caso, a Secretaria de Cidades liberou duas parcelas de R$ 200 mil em junho e setembro do ano passado. Mesmo sem a devida prestação de contas, em fevereiro desse ano – já na gestão de Camilo – o convênio teve a vigência prorrogada para até maio deste ano.

Instado a comentar se a lei 13.553 – que possibilita convênio com instituições com dois anos ou mais de existência – está sendo observada nos convênios firmado em sua gestão, Camilo disse que não lhe cabe avaliar o assunto. “Eu não sou advogado. É para isso que existe o setor jurídico”.

Camilo ainda afirmou que, mesmo antes das denúncias, a equipe nomeada por ele já havia detectado problema na prestação de contas de Pindoretama e por isso havia instaurado uma tomada de contas especial. “Eu acho que tudo isso que já sendo descoberto, deve servir para que o sistema do Governo (para a liberação de recursos) seja aprimorado”. Camilo ressaltou que fez questão de ir ao Ministério Público dar depoimento, afirmando que, por ser deputado, teria possibilidade de escolher data, hora e local para o depoimento.