Os trabalhos de transposição de águas do rio São Francisco para outros rios do Nordeste ficarão 36% mais caras que a previsão inicial do governo. O orçamento dos serviços, inicialmente de R$ 5 bilhões, foi reestimado para R$ 6,85 bilhões. De acordo com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o aumento se deve a reajustes contratuais, necessidade de aditivos, elevação de preços para licitação de novos lotes e custos com compensações ambientais.
Em apenas quatro dos 14 lotes da obra, o ritmo dos trabalhos é considerado normal. Em três, o cronograma é lento e, em cinco, os serviços estão paralisados à espera de termos aditivos. Bezerra disse que o Governo espera assinar os termos até o fim deste mês para que o empreendimento seja retomado. Segundo o ministro, como a lei limita a assinatura de aditivos a 25% do valor global do projeto, algumas obras terão de ser relicitadas. No total, as alterações representarão aumento de R$ 771 milhões no custo da transposição.
Para a licitação dos lotes cinco e oito, que deve ocorrer ainda este ano, o Governo calcula uma elevação de preços de 20% a 30% em relação aos valores contratados nas licitações executadas em 2007, o que também foi considerado na nova estimativa. Além do reajuste nos valores das obras, o ministro disse que o novo custo incluiu gastos extras com a implantação de projetos básicos ambientais (PBAs), que serão necessários para a renovação da licença de instalação concedida pelo Ibama. “Na época da concessão da licença, o Ministério se responsabilizou pela implantação de 38 PBAs. Já gastamos R$ 170 milhões e os técnicos agora estimam gastos de mais 180 milhões com PBAs novos ou já existentes”, disse Bezerra. Apesar da elevação de 36%, o ministro afirmou que não há indícios de sobrepreços nos contratos e que a assinatura de aditivos é comum em serviços de grande porte. (das agências de notícias)
O projeto de transposição de águas da bacia do São Francisco gerou muita polêmica na época do governo Lula, em virtude de ambientalistas questionarem possíveis agressões ao meioambiente. O governo, porém, manteve a intenção de levar a obra até o fim.