A apreensão de armas de fogo pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE) nos primeiros seis meses de 2011 cresceu 122% se comparada ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho últimos, foram 40 objetos recolhidos em blitze contra 18 do mesmo semestre anterior.
Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que também aponta aumento no total de drogas retiradas de circulação no Ceará. De acordo com o órgão, a PRE apreendeu 433% a mais no primeiro semestre de 2011 do que no primeiro semestre de 2010. Foram 32 recolhimentos contra seis.
Comandante da PRE, o coronel Túlio Studart atribui os índices às fiscalizações feitas em comunidades identificadas pela central de inteligência da SSPDS com maior incidência de tráfico de drogas. De acordo com ele, dez blitze são realizadas diuturnamente nestes locais.
Por ora, três rodovias são foco desses trabalhos: CE-040, CE-060 e CE-065. Todas em Fortaleza e Região Metropolitana. “Nosso objetivo é a redução de homicídios. E a maioria dos homicídios está relacionada ao tráfico. As vítimas são usuários ou pessoas em disputa por território” explica Studart.
O problema é que a apreensão das armas não foi acompanhada pela quantidade de profissionais do Núcleo de Balística da Perícia Forence (Pefoce), responsável por estudá-las e encaminhar o resultado aos anexos do processo judicial aberto em nome do portador ilegal.
A categoria está em greve desde 4 de julho. Hoje faz ato na Praça do Ferreira. Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado (Mova-se), João Batista Silva, são apenas dois peritos criminais auxiliares, um auxiliar de perícia e dois funcionários terceirizados dando conta da demanda dos 184 municípios cearenses.
Ele afirma ser necessário pelo menos o triplo disso para o serviço melhorar. “O número é irrisório. E a balística não tem tempo determinado pra ser concluída”, diz.
Batista reclama a realização de concurso público para ampliar a quantidade de peritos, hoje em 208 para todas as áreas da Pefoce. Reivindica, ainda, melhorias salariais, argumentando que os R$ 2 mil pagos à categoria no Ceará representam o valor mais baixo do País, com exceção dos peritos legistas. “O secretário comemora o aumento nas apreensões, mas não vê o número de peritos. Não se deve comemorar só uma parte e sim o todo”, opina.