·Uma das empresas do senador e empresário cearense Eunício Oliveira (PMDB) teria assinado oito contratos consecutivos e sem licitação com a Petrobrás, totalizando montante de R$ 57 milhões em serviços. Os contratos da Manchester Serviços LTDA com a estatal brasileira teriam sido acordados entre fevereiro de 2010 e junho deste ano, conforme publicou ontem O Estado de S. Paulo.
Segundo o jornal, documentos da estatal mostram que todos os contratos tiveram duração de dois a três meses, cada. Um contrato de R$ 8,7 milhões foi fechado a nove dias das eleições presidenciais. A Manchester tem sede em Brasília, mas abriu filial em Macaé, a poucas quadras da sede da estatal.
Ainda segundo O Estado, os diretores da Área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, foram indicados pelo PMDB durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mantidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
A Petrobras justificou a dispensa de concorrência pública alegando “problemas no processo licitatório”. Ao O POVO, a assessoria de imprensa de Eunício informou que o senador tomou a decisão de não falar sobre o assunto. Segundo a assessoria, Eunício está afastado das decisões da Manchester desde 1996.
Sócio do senador, Nelson Ribeiro Neves, afirmou ao O Estado de S. Paulo que o fato de Eunício ser senador não influenciou os contratos e que tudo foi feito dentro da lei. Os contratos são uma continuidade de serviços fechados há anos, segundo ele. A Petrobras, porém, afirmou que os contratos são novos.
Os documentos da Petrobrás mostram que um contrato de R$ 4,3 milhões foi feito para prestação de serviços entre 23 de fevereiro e 29 de abril de 2010. Outro de R$ 8,7 milhões referiu-se ao período de 10 de maio a 26 de julho do mesmo ano. De 13 de agosto a 24 de setembro, Petrobrás e Manchester firmaram contrato de R$ 4,3 milhões, e logo depois, entre 22 de outubro e 22 de janeiro, a empresa do senador recebeu mais R$ 8,7 milhões. (Com agências)
ENTENDA A NOTÍCIA
Eunício Oliveira alega estar afastado das decisões da empresa Manchester Serviços LTDA desde 1996, motivo pelo qual não quis se pronunciar sobre os contratos de R$ 57 milhões assinados sem licitação com a Petrobrás.
