O mercado central de Pindoretama parou ontem para ouvir gritos de repúdio à corrupção. Pindoretamenses que foram à feira comprar a carne do almoço de domingo se depararam com caixas de som na calçada e fogos de artifício estourando no céu. Ninguém falava sobre outra coisa: o escândalo dos banheiros ganhara a boca do povo. E o caso já movimenta o meio político local.
“Nossa cidade precisa sair das páginas policiais dos jornais, por que isso que aconteceu é mesmo um caso de polícia”, declarou ontem a vereadora Gorete Cavalcante (PDT), durante manifestação no mercado central. O ato foi organizado por vereadores e lideranças de oposição à prefeita Regina Albino (PSDB), que se disseram entristecidos e revoltados com a suposta corrupção no município.
Equipados com microfone e caixa de som, gritaram por diversas que ninguém deve nem pode aceitar o desvio de recursos públicos, se referindo aos R$ 400 mil enviados à Pindoretama através da Secretaria de Cidades para a construção de 200 banheiros que, até hoje, ainda não existem. “Isso é uma vergonha para nossa cidade. Os verdadeiros culpados precisam aparecer”, apelou a vereadora.
Reclamações
Enquanto os fogos de artifícios faziam barulho no céu, o presidente da Câmara Municipal, Luciano Rosa (PTB), disse ser sócio-fundador de uma associação comunitária que jamais conseguiu aprovação para um volume tão alto de recursos.Enquanto isso, lembrou ele, a Associação Cultural de Pindoretama, que recebeu os R$ 400 mil do Governo do Estado, assinou o convênio em menos de um mês após ser criada.
Da mesma forma, quem também demonstrou indignação foi o agricultor Josélio Rebouças, membro de uma associação de agricultores de Pindoretama. “Há anos que nós lutamos para conseguir um trator e não fomos beneficiados”, disse.
Durante a manifestação, alguns vereadores cobraram da prefeita que se pronunciasse sobre o caso, já que ela pediu o voto de seu eleitorado para o deputado Téo Menezes (PSDB) na última campanha, quando Téo recebeu dinheiro de campanha de Renata Guerra, presidente da Associação responsável pela construção dos banheiros não construídos.