O asfalto de Fortaleza não é ruim. A garantia é de Tarcísio Chaves, diretor da Usina de Asfalto de Fortaleza, que diz que, em condições propícias, a duração da pista pode chegar a nove anos sem necessitar de reparos. Segundo ele, a questão dos buracos nas vias é mais ampla e vem de herança de outras gestões, “que não tentaram resolver de fato o problema”.
“Colocar drenagem está incluso num processo que leva anos. Não é possível fazer do dia para a noite”, informa Tarcísio. Na avenida Bezerra de Menezes, onde a duração da pista é mais prolongada, e no Conjunto Ceará, no qual um buraco abre a cada seis meses ou menos, o asfalto é o mesmo.
O papel de fazer ações mais profundas e que transformam trechos da cidade por períodos mais longos é dado ao Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), que está orçado em 142 milhões de dólares e já atingiu área de 170 km. Operações paliativas, como as do Tapa Buracos, ele acredita ser essenciais. “Caso contrário, Fortaleza teria muitos acidentes”.“Colocar drenagem está incluso num processo que leva anos. Não é possível fazer do dia para a noite”, informa Tarcísio. Na avenida Bezerra de Menezes, onde a duração da pista é mais prolongada, e no Conjunto Ceará, no qual um buraco abre a cada seis meses ou menos, o asfalto é o mesmo.
A operação não tem prazo para acabar. Segundo o diretor da Usina de Asfalto, o Tapa Buracos trabalha todo dia. Tarcísio afirma que há uma tentativa de firmar uma parceria com o Laboratório de Mecânica dos Pavimentos e que a universidade é consultada sempre que há necessidade. (AF)
COMO FUNCIONA
O dinheiro investido na Operação Tapa Buracos e na pavimentação é de R$ 15 milhões por ano, segundo a Seinf. O trabalho é pedido pelas Regionais. O serviço é realizado sem complemento de drenagem ou verificação das condições da base da via.
Fortaleza tem 729.729 veículos, segundo o Detran. A trafegabilidade se dá em espaço de aproximadamente 4 mil quilômetros de ruas e avenidas, de acordo com a Seinf. E apenas cerca de 30% das vias passaram pela instalação de drenagem. “Em época de chuva, a água pode arrastar o serviço de pavimentação que acabou de ser feito”, esclarece Jorge Soares, que diz que a massa asfáltica é resistente à água. O problema se dá exatamente nas camadas de base e sub-base das vias.
UMA PANORAMA DAS GRANDES AVENIDAS DE FORTALEZA:
Antônio Sales
O trecho entre as ruas Joaquim Nabuco e Osvaldo Cruz recebe o volume médio diário de 42.255 veículos. É o trecho que mais recebe movimentação de veículos em Fortaleza. A via tem asfalto em nível aceitável de qualidade, embora próximo à avenida Engenheiro Santana Júnior apareçam alguns pequenos buracos constantemente. Na manhã da última quarta, eles estavam reparados. Os pequenos consertos acabaram deixando um leve desnível. A sinalização horizontal está gasta, mas é possível visualizar todas as faixas de pedestres.Washington Soares
O trecho entre a rua Rangel Pestanha e a avenida Edilson Brasil Soares tem o volume médio diário de 40.383 veículos. Os pedestres reclamavam mais do nível de desrespeito dos motoristas do que da própria sinalização da via. Já os ciclistas apontam vários pequenos declives e buracos ao longo da ciclovia.
Aguanambi
O trecho entre a avenida 13 de Maio e a rotatória tem volume médio diário de 41.939 veículos. Em alguns trechos da avenida, não há separação das faixas para veículos. Além disso, a faixa para travessia de pedestre abaixo do viaduto que divide as avenidas Pontes Vieira e 13 de Maio está completamente apagada. Assim, mesmo com o sinal vermelho, os carros costumam parar em cima do espaço que seria para a travessia. As duas faixas para ônibus apresentam uma infinidade de buracos. E o conserto foi recente.
Engenheiro Santana Jr
O trecho entre as ruas Francisco Gonçalves e Israel Bezerra possui o fluxo médio diário de 37.569 veículos. Praticamente não há sinalização horizontal na avenida. A via passa por uma intervenção do Transfor, que deve realizar alongamento das laterais da via, drenagem, pavimentação, nivelamento das calçadas. Enquanto isso, próximo ao Hiper Mercantil, por exemplo, a faixa de pedestre está apagada e há pequenos buracos na via. Sem a travessia definida, os carros param em cima da faixa de pedestre.
Bezerra de Menezes
O trecho entre a rua Pedro de Queirós e Coronel Mozart Gondim tem volume médio diário de 41.239 veículos. A obra do Transfor deve ser concluída em agosto. Ela faz parte do primeiro programa que visa implantar corredores exclusivos para ônibus. O asfalto é descrito pelos usuários como de boa qualidade. A reclamação principal é com a falta de retornos na avenida. O Transfor afirma que a população tem de fazer o laço de quadra, ou seja, percorrer o quarteirão para fazer o retorno.
José Bastos
Entre as avenidas visitadas, é a via que apresenta o maior número de problemas. Entre as ruas Amazonas e Teles de Souza, volume médio diário é de 34.547 veículos. Com o recente trabalho de pavimentação, os buracos desapareceram. Em seu lugar, vários calombos de massa asfáltica tomaram forma. Na área próxima à avenida Fernandes Távora, pouca chuva vira uma lagoa. Parte da avenida está sem sinalização de faixa de carros e de pedestres. Sem faixa, os carros, então, não deixam espaço para os pedestres atravessarem a pista