terça-feira, 19 de julho de 2011

É MAIS BARATO VOCE PASSAR FERIAS EM NOVA YORK DO QUE EM FORTALEZA

O empresário catarinense Sérgio Momm decidiu passar as férias de julho com a mulher, dois filhos e os sogros em duas cidades diferentes: Fortaleza e Nova York. Por aqui, onde já se encontra, o orçamento que inclui passagens, hotel, alimentação e passeios, durante sete dias, chegou a R$ 11 mil reais. O pacote de viagem para os Estados Unidos, que inclui um roteiro de 15 dias e uma esticada a Las Vegas, saiu por R$ 12 mil. “Fortaleza já uma foi uma cidade barata para se visitar. Hoje os preços estão muito altos”, afirma.
Para alguns turistas que visitam a capital cearense com frequência, lugares como restaurantes, hotéis e complexos de diversão, como o Beach Park, encareceram seus preços, nos últimos anos. “Há três anos, quando estivemos aqui, na mesma época, a entrada para o Beach Park era de R$ 85 por pessoa. Agora, o valor é de R$ 130, com direito a aproveitar apenas quatro horas do parque, porque o restante do tempo se passa em filas para entrar e para os brinquedos”, complementa Sérgio.

Outro exemplo citado por ele é o valor de alguns produtos cobrados em hotéis e pontos comerciais destinados preferencialmente a turistas, como a lata de cerveja que chega a custar R$ 6, no hotel onde está hospedado, e R$ 4,50 em alguns quiosques da Beira Mar. Além dos turistas, consumidores locais, como a jornalista Mônica Lucas, também reclamam de alta recente nos preços. Ela diz que costuma caminhar nos finais de semana, na Beira Mar, e constatou uma certa alta entre produtos como saquinhos de castanha, tigela de açaí e sorvetes. “Parece que está tudo tabelado em R$ 10. Qualquer coisa pequena que se pergunte o preço, eles dizem que é R$ 10”.

Outro ponto muito frequentado por turistas é a Sorveteria 50 Sabores, na Beira Mar, onde o preço do sorvete simples, com uma bola, estava em R$ 7, e o de duas bolas, em R$ 9. O próprio funcionário da Sorveteria, que não quis se identificar, disse que, no mês passado esses valores eram de R$ 6 e R$ 8, respectivamente. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, no Ceará (Abrasel-CE), Augusto Mesquita, a majoração de alguns preços referentes a bebida e alimentação aconteceram não por conta da alta estação, mas devido à elevação de impostos e ao aumento na procura de alguns produtos. Ele explica que, enquanto as bebidas tiveram elevação na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em março deste ano, o valor do quilo do filé mignon, junto aos fornecedores, subiu de R$ 25 para R$ 48, no mês passado, por exemplo. “Isso é provocado pelo próprio aumento da procura e acaba impactando no preço dos pratos. Com os restaurantes cheios, o produto fica escasso e a tendência é que o preço suba”, afirma.

Segundo a presidente da Associação dos Barraqueiros da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, além do repasse do imposto sobre as bebidas, para o consumidor final, a única elevação de preço aconteceu em produtos com dificuldade no fornecimento. Ela diz que a corda com 40 caranguejos vivos, por exemplo, subiu de R$ 27 para R$ 35, no último mês, por conta do alto índice de mortalidade que ocorre no transporte do crustáceo, originário do Maranhão. “45% deles chegam mortos e isso influencia na alta do preço”, explica